Não é bem um café, um restaurante, uma loja ou gabinete de curiosidades. Pode dizer-se que é um espaço onde uma cortina metálica descaiu só de um lado quando alguém a pendurava e assim ficou até hoje, um ano após o Pentagon ter aberto, porque Mili Ani (natural de Israel e habitante da Penha) gostou do efeito e adora o acaso. Neste espaço exíguo (tem três mesas no interior e uma delas é comunitária), reforça-se a cultura visual (há um kamasutra de sapos na estante), o borek turco convive com onigiri japoneses e com café de especialidade do Brasil. Também se come tahini vindo do Monte Gerizim e quase tudo o resto é feito no local. Vegano e consciente de que cada decisão (até a compra de um tomate) é política, o Pentagon é também um lugar onde se vendem pins e autocolantes de criadores do bairro, e não só.
É uma das grandes áreas residenciais da cidade e uma das mais procuradas pelas camadas jovens. Um dos motivos está no preço médio por metro quadrado da freguesia, claro, facto que também terá atraído ao território pequenos negócios, ateliers de artistas e projectos experimentais nos últimos anos. A história, porém, não saiu daqui, pelo que esta é uma espécie de visita guiada que inclui um cemitério e um antigo convento, que passa pelo miradouro, almoça numa neotasca e janta num italiano, passando ainda pelo clube recreativo e por pequenas salas de concertos. Saiba o que fazer na Penha de França.
Recomendado: O melhor de Campo de Ourique