Praça Paiva Couceiro, Penha de França
Mariana Valle Lima | Praça Paiva Couceiro, Penha de França
Mariana Valle Lima

O melhor da Penha de França

É um bairro pacato, mas casa de muita gente nova, artistas e pequenos negócios. Eis 17 lugares para conhecer na Penha.

Rute Barbedo
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É uma das grandes áreas residenciais da cidade e uma das mais procuradas pelas camadas jovens. Um dos motivos está no preço médio por metro quadrado da freguesia, claro, facto que também terá atraído ao território pequenos negócios, ateliers de artistas e projectos experimentais nos últimos anos. A história, porém, não saiu daqui, pelo que esta é uma espécie de visita guiada que inclui um cemitério e um antigo convento, que passa pelo miradouro, almoça numa neotasca e janta num italiano, passando ainda pelo clube recreativo e por pequenas salas de concertos. Saiba o que fazer na Penha de França.

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O melhor da Penha de França

  • Cafés/bares
  • Beato

Não é bem um café, um restaurante, uma loja ou gabinete de curiosidades. Pode dizer-se que é um espaço onde uma cortina metálica descaiu só de um lado quando alguém a pendurava e assim ficou até hoje, um ano após o Pentagon ter aberto, porque Mili Ani (natural de Israel e habitante da Penha) gostou do efeito e adora o acaso. Neste espaço exíguo (tem três mesas no interior e uma delas é comunitária), reforça-se a cultura visual (há um kamasutra de sapos na estante), o borek turco convive com onigiri japoneses e com café de especialidade do Brasil. Também se come tahini vindo do Monte Gerizim e quase tudo o resto é feito no local. Vegano e consciente de que cada decisão (até a compra de um tomate) é política, o Pentagon é também um lugar onde se vendem pins e autocolantes de criadores do bairro, e não só.

  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

É uma horta sem talhões que cresceu, em 2021, num terreno ocupado por entulho, como o grande sonho da Associação Regador: de ali, num pequeno pedaço de terra, criar e fazer crescer, como acontece às plantas, uma comunidade. Além das couves e de morangos, a Horta tem uma programação sócio-cultural variada, de concertos a bailes, cinema ao ar livre, leitura de histórias infantis ou confecção de pão, e oferta educativa, através de um programa em cooperação com diferentes escolas. "Acreditamos que o projecto tem mostrado como espaços públicos dedicados à prática da agricultura colectiva, bem desenhados, ajudam as comunidades a subsistir mas também a serem um ponto de encontro, diminuindo o isolamento e exclusão social, com franca adesão de toda a cidade", defendem.

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  • Cafés
  • Beato

Nasceu no Cais do Sodré, mas, durante a pandemia, mudou-se para a Penha de França, passando a investir mais na comida e tornando-se um caso sério de criatividade, detalhe e consistência. Das mãos da chef argentina Romina Bertolini saem ora pratos de conforto, como as suas míticas empanadas, ora criações como o pato curado com pistácio. Os pratos na ardósia estão sempre a mudar, tal como a carta de vinhos, uma das mais seleccionadas no que aos vinhos naturais diz respeito (mas que não ficam baratos, fica avisado). Acresce o ambiente de bar informal e o serviço amigável e conhecedor. Não há outro bistrô assim em Lisboa. É por isso que os menos prevenidos nem sempre conseguem mesa.

  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

Chamar-lhe santuário pode soar a heresia, já que o Sporting Clube da Penha funciona mais como sala de estar, à base de rodadas de cerveja, cigarros e televisão. O clube, fundado em 1953, tem nas vertentes desportiva, recreativa e social as suas bases, e é aqui que se vai ver a bola, jogar às cartas, ouvir fado ou conhecer o rumo às marchas da freguesia. Não que seja por ele que lá vamos dar duas de conversa, mas também foi aqui, curiosidade, que Fernando Santos, ex-seleccionador nacional, se iniciou na actividade desportiva.

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  • Beato
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

"Numa zona da cidade com uma marca cada vez mais étnica, o Garrincha não tem nada de brasileiro, mas é um restaurante que funde o Médio Oriente e o Mediterrâneo sem ser um restaurante de fusão. Direi que o foco é o mediterrânico, mas a inspiração é do Médio Oriente." Assim descreveu o Garrincha Luís Monteiro, crítico da Time Out, em Dezembro de 2023, empregando, mais lá para a frente no texto, a expressão "absolutamente divinal", para o classificar. Instalado numa antiga tasca de donos minhotos, de bitoque memorável (faça-se homenagem ao passado), o novo restaurante fez bem a remodelação, deixando luzir o balcão de inox e a clássica vitrine nas suas incursões modernas. Para o português médio, porém, os preços podem ser um pouco puxados.

  • Beato
  • 4/5 estrelas
  • Recomendado

Quem passa pensa poder resumir esta tasca a um corredor em cima da Angelina Vidal (a rua, claro), pouquíssimas mesas e um balcão com azulejos. Mais um antigo snack bar convertido em neo-bistrô? A Tasca Pete abriu logo em jeito de fenómeno alvoraçado, cheio de pica e de reservas. Há aqui terrinas de batata com mel, frango frito e bons vinhos, não a preço de tasca, mas tudo cheio de bom ambiente. Liderado por uma dupla de ingleses (um deles Peter, claro), é um lugar simpático, acolhedor e atencioso, onde se come bem.

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  • Italiano
  • Beato
  • preço 2 de 4

Ainda nas comidas, vamos lá mudar de país. No caso, chegamos a Itália, mas longe das Margheritas e carbonaras. No A’paranza, todo ele voltado para o mar e para o Sul do país, há massas com anchovas, com ovas ou com espadarte, belas misturas de legumes, ricas sobremesas e um ambiente acolhedor, honesto e bem-disposto, não fosse Paolo, da dupla Irmãos Makossa, um amante da festa. Abriram por altura da pandemia e continuam a bom ritmo, até porque oferta semelhante, em Lisboa, não há.

  • Arte
  • Centros de artes
  • Beato

É uma antiga gráfica transformado em espaço de criação e exibição em vários planos das artes. Neste lugar gerido por artistas, inaugurado em Outubro de 2019, acontecem desde performances a instalações, normalmente com belas festas à mistura. Além do espaço de exposições, os ateliers e uma residência artística fazem a casa, que tem, já agora, uma belíssima vista sobre os telhados de Lisboa.

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  • Arte
  • Centros de artes
  • Beato

Fundado em 2018, o Penhasco é uma cooperativa de produção e difusão artística, localizada numa extinta fábrica de têxteis da Penha de França. Agora reúne num só espaço uma galeria, uma cafetaria e 13 espaços de trabalho, distribuídos por 450 metros quadrados. Em dias abertos, como os de aniversário, de lançamentos, concertos, encontros de colectividades ou oficinas, o terraço é também um mimo a aproveitar.

  • Arte
  • Grande Lisboa

É uma associação cultural, fundada em 2005, com projectos de promoção e investigação nos domínios das artes visuais e artes do espectáculo. Regularmente, neste espaço da Penha, e mesmo ao lado do Penhasco, recebe exposições de fotografia, vídeo ou noutros formatos. Dois dos principais projectos giram à escala europeia e em torno da imagem. São eles o Flâneur New Urban Narratives e o PARALLEL – European Photo Based Platform.

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  • Beato

Alice Ruiz e Miguel Mateus são, além de moradores na zona, os anfitriões do Espaço Casa Cheia, um centro cultural nascido no Bairro Lopes, no Alto de São João. Na casa acontecem residências artísticas, concertos de jazz ou música experimental, leituras de poesia, teatro ou exposições. Fora de portas, vão pontuando espaços como a Biblioteca da Penha de França ou a rua de música e conversas sobre o futuro que queremos.

  • Coisas para fazer
  • Centros culturais
  • Beato

Definem-se como um "centro social DIY e anti-autoritário em Lisboa" e organizam desde conversas de índole política a concertos punk, jantares vegan, oficinas ou projecções de filmes. Além da sala de concertos e da cantina (no total, é um espaço de três pisos, e ainda um pequeno terraço, que os membros estão a tentar comprar), há ainda uma livraria anarquista, um guarda-roupa social (precisando, é pegar e levar) e um ginásio. Além de celebrarem essa coisa que por vezes achamos banal de estarmos juntos, tentam ser um ponto de apoio à comunidade. Durante a pandemia, recorde-se, organizaram um precioso serviço de cozinha solidária, em colaboração com outros colectivos.

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  • Compras
  • Designer
  • Beato
  • preço 2 de 4

Estas avós dispensam apresentações e o projecto encontrou primeiro no Poço dos Negros e depois na Penha de França um cantinho cheio de charme. Mantas quentinhas, almofadas farfalhudas, bonecos fantásticos e até luvas – estas avós já fizeram de tudo e onde põem as mãos deixam Lisboa (e não só) de queixo caído. Quando não são convidadas para dar workshops fora, abrem a porta da própria casa para ensinar a bordar e a tricotar e chegam a provar que a serigrafia não é só para os mais novos.

  • Coisas para fazer
  • Mercados e feiras
  • Beato

Foi inaugurado em 1994, mas a requalificação, já nos anos 2000, trouxe-lhe vida nova e mudanças na disposição. Aos produtos frescos, a fibra que o fez mexer muitos anos, juntaram-se negócios de outras estirpes, como uma pizzaria, um bar ou uma churrasqueira. Se a força dos fregueses se foi perdendo com o tempo, os negócios à volta deram-lhe fulgor, sobretudo ao fim-de-semana. Também por altura dos Santos Populares, é por estas bandas no cruzamento entre a Penha de França e da Graça que se monta o grande arraial da freguesia. 

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  • Museus
  • Beato

Tornou-se independente do Museu Nacional de Arte Antiga em 1980 e, além das exposições (temporárias e permanente) em torno de uma das mais nobres artes portuguesas, também recolhe, restaura e estuda os mais representativos exemplares da cerâmica e azulejos nacionais. Localizado no Convento da Madre de Deus, a arquitectura tem elementos manuelinos, barrocos e rococós, e o edifício inclui uma igreja em talha dourada com painéis de azulejos de grande escala, em azul sobre branco. Destaque, ainda, para a belíssima cafetaria, onde se pode almoçar ou beber um café, no interior azulejado ou sob o canto dos passáros do pátio.

  • Atracções
  • Cemitérios
  • Beato

Visitar um cemitério em lazer pode parecer um pouco mórbido, mas a verdade é que os cemitérios de Lisboa são muito mais do que um conjunto de últimas moradas. Exemplo disso é este, construído em 1833 como resposta a um surto de cólera que assolou Lisboa. Estão aqui figuras do movimento republicano, como Cândido dos Reis (o Almirante Reis), o médico Miguel Bombarda ou o político/jornalista/coronel Elias Garcia. Republicanas, mas também precursoras de movimentos feministas, foram Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Angelina Vidal e Maria Veleda, que aqui encontraram também a última morada. Destaque ainda para o Jazigo dos Viscondes de Valmor (na imagem), mecenas e criador do Prémio de Arquitetura que baptizou com o seu nome. E, last but not least, aqui jazem, bem juntinhos, José de Almada Negreiros e Sarah Affonso.

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  • Atracções
  • Torres e miradouros
  • Beato

Escondido atrás da Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, talvez por isso seja um dos miradouros menos concorridos da cidade. Daqui, e das alturas, tem vista para o Tejo, Montijo ou Alcochete ou mesmo para a Serra de Sintra, mas também para o lado menos turístico, que acompanha a linha de Chelas aos Olivais.

Conquistados pelo estômago

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