A luz não é demasiada, o espaço é limitado o suficiente para ser acolhedor – sem ser pequeno. Há mesas e um balcão com bancos dos dois lados, mais alguns lugares junto ao bar. A carta, por agora, é breve. Numa folha, há quatro dumplings, disponíveis em doses de três ou de nove; um bao; uma salada; e um aviso: “Vêm mais receitas a caminho, estamos a trabalho nisso”. Na outra página, encontram-se oito cocktails de autor, um par de mocktails, vinhos, água com gás e cerveja Cuca, angolana. Uma empregada diferente daquela que deixou as ementas na mesa traz três copos, enche-os de água. “Já sabem o que vão pedir? Os cocktails são feitos no nosso laboratório do primeiro andar.” Neste speakeasy por detrás de uma retrosaria, as conversas podem ser muito, muito longas.
É o bairro das famílias, dos parques infantis atestados, do comércio de rua e do cafezinho na esplanada cheia. No coração de Campo de Ourique está o Jardim da Parada, com o seu quiosque, o cipreste e a sequóia, que tem na Rua Ferreira Borges uma das artérias principais, à sombra de lódãos. As tascas cabem bem no bairro, que as tem bem firmes, talvez seguras pelo compasso lento do eléctrico 28. Mas em Campo de Ourique também se vive bem com queijos franceses, dumplings, sake e arte contemporânea. Para escolher conforme o gosto e o humor, eis as paragens a não perder num dos bairros mais "bairro" de Lisboa.
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